Onomatopeiou-se o pranto das folhas secas.
Secaram-se a si, e somente. Sozinhas.
Disseram que era mais fácil falar de tristeza do que da alegria.
(Não acredito. Bobagem. Perfume do riso é inebriante e faz bem pra coluna. O sorriso faz o desenho do seu rosto brilhar em meus olhos. Brilho na presença de luz. Luz. E tudo mais é bobagem, meu amor... dê-me a mão, acredite em mim!).
Disseram sobre mentira, sobre enrolamento de ocasião. Sobre a desventura passos lentos.
Disseram que aquela saudade que brota de mim é apenas apelo, pensamento, e que minhas mãos escreveram a angústia do pesadelo vivo, e isso tudo bate vento sopra longe e leva consigo. E vai-se embora. Vai-te. Suma daqui! Pensamento bobo, malvado - dizem mais inocentes caras. O real é que todo pedaço que se desprega vai-se. Todo pedaço que não adere, desprega-se e vai. Procura um mundo novo, descansa-se de si mesmo, mas um dia vai voltar. Como o que não é nosso mas faz parte do conosco diario, ou vez por outra... Como a chuva. Mas é, e é isso, e é simples, e brota nos olhos em forma de água. Mas não é nada demais, é so um jeito de perceber. E é só isso...
Chega cedo amanhã?
Disseram que depois de tudo, tudo não era mais tudo. Disseram que depois disso vinha sempre coisa nova. Disseram novidades. Disseram dizeres de espanto, riso, pulos de alegria. Saltinhos, pegadas na areia. Riscos no gelo. Beijos na ponta da orelha.

As pessoas dizem muitas coisas.
E parece que tudo é só isso, então não tem jeito de dar mais um passo.
http://www.youtube.com/watch?v=YkgfmWfJ11s
Depois de certa altura você percebe que não precisa de muito para conseguir tudo, mas que é preciso usar tudo...
Fez-se o labirinto dos encantos perdidos, e depois que tiraram o pó das lamurias incessantes, cessou-se. E tudo se fez no fim. E por fim, finalizou-se.
“Era somente pó?”
(Pergunte ao tecido que corre, e limpa, e lustra as prateleiras do tempo... Pergunte a ele...)
/e perguntou-se/
“Tecido, era somente o pó?”
/e respondeu-se/
“Não, era fragmento da irresponsabilidade perante o que se é. Seu eu, um conteúdo que levita sua alma pelos incompreensíveis caminhos de existir. Sua fachada anônima. Seu complexo dipolo. Irresponsabilidade.
Era fragmento...”
http://www.youtube.com/watch?v=InzRp3Vbik0
http://www.youtube.com/watch?v=3kieyW-FKyQ
Malha fina sobre a prateleira. Espelhado ficou a superfície.
Não olhe muito, afasta-se enquanto é tempo. (o que os olhos veem, o coração sente.). O que o espelho reflete é mera conseqüência do pouco caso que a vida não fez contigo; seu sorriso. Seu sorriso. Dada, pois, a facilidade em enganar-se.
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