sábado, 7 de abril de 2007

Sobre a des|ordem


Quem um dia não parou para pensar sobre 0s absolutos momentos de desordem? Deve haver!
Ordenam-se as caras, as bocas, as falas. Ordena-se a hora de respirar e a hora de suspirar. Ordenam-se os suspiros adequados e os intuitivos. Os de lembranças e os de emoção. Os de lirismo quase-sarcástico; tentativas de eliminar os coágulos de problemas; pensamentos, ora puros e ora breves. Ordenam o vento que sopra contra suas faces que não sorriem, porque acaba de suspirar pela desordem sem sentido do absoluto.
E tudo cai. E nada prossegue em seu desordenar-se.
Quem um dia não suspirou pelos momentos de absoluta ordem?

E então, riu-se do desarranjo que o entono da voz acusa quando dança com o prelúdio das grandezas provisórias!
Provisórios - é um espaço de tempo que está para quem quer discutir a relação. ...Ninguém quer, então sirvam-nos uma grande taça de sorvete.

O encanto lúdico tem a forma de um vaso de barro, simples e concreto. Efetivo e permanente. É aquilo e nem mais.
E um dia ele caiu. E espatifou-se no chão, formando-se cacos, esparramando a água e a flor que ali dormia sozinha.
E então, sumiu-se o engano e a tapeação, ficou a flor caída entre pedaços quebrados daquela verdade absoluta e sólida, feito placa de ‘pare’ enfincada na areia quente... Igualzinho.
Depois de minutos de pensamento, a água escorreu... Passou uma senhora bem velhinha, e viu os cacos, e recolheu-os.
Deixou a flor?
http://www.youtube.com/watch?v=ope39hU9tqg
Quem sabe do quê existe no coração de quem o têm, vê quando a velhinha leva consigo uma espécie de incompreensão, talvez, leva a confusão pra longe, e fica a imensa e valiosa possibilidade de sorrir. Isso é sábio, é isso que queremos, e é o que importa, vasos de barro continuarão caindo com o vento forte do suspiro dos outonos, ...

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