quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Onde eu moro?
terça-feira, 17 de janeiro de 2012
Em breve...
Mas é mesmo preciso esquecer. Só. Assim, com o esquecimento, ganhamos tempos e ânimos, então as lembranças são outras, são novas, umas mais floridas e outras mais coradas – ficam pormenores ajustados e retratos de sorrisos ilustrando o meu criado.
As gentes...
domingo, 27 de novembro de 2011
Falta pouco...
Um estado de espírito, tamanha falta - tal é a ausência.
É bom senti-la, mas não é bom que esteja presente todo tempo, tampouco que seja permanente, no risco de condenar o certo, modificar o curso, estragar o coerente.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Onde há o apreço
Por não conseguir lidar com o próprio, duvida do amor do outro. Duvida com todas as letras que parecem superficiais e insuficientes para trata-lo. E outras letras mais, que o tornam falso, imprudente.
Pura insegurança. Rebeldia de si. De todas as que habitam dentro dela, que ora carregam um peso imenso, ora parecem flutuar em devaneios construídos com o apreço de um coração apaixonado.
Podia pedir desculpas, novamente. Pedir desculpas pelos pensamentos crueis e tão pontiagudos que a perseguiam quando, aflita, apenas dava espaço para a dúvida. Mas se não acreditava em alegrias ou tristezas, não podia acreditar na culpa, porque não sabia se era verdadeira ou mentirosa.
Where are we now?
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Sem ses
Era mesmo uma tarde muito fria aquela.
sábado, 2 de julho de 2011
Das urgências
sexta-feira, 24 de junho de 2011
domingo, 22 de maio de 2011
Ser feliz
domingo, 1 de maio de 2011
Ação ou resultado de sentir
A insanidade perfeita. A loucura sem comedimentos. O absoluto sem fundamentos.
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Sobre o imaginário e suas fragilidades
terça-feira, 22 de março de 2011
Delicado vazio
[Devia ter um texto aqui, mas... não tem. Devo revoltar-me contra essa função terapêutica?]
[delicado vazio]
quarta-feira, 2 de março de 2011
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Sobre um sentido
"Então, minha querida Amélie, não tem ossos de vidro. Pode suportar os baques da vida. Se deixar passar essa chance, com o tempo seu coração ficará tão seco e quebradiço quanto meu esqueleto. Então, vá em frente, pelo amor de Deus" (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain)
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
"Muitezas"
sábado, 11 de dezembro de 2010
Já disse que te amo, hoje?
Made me want you
Maybe dumb, maybe wise
I don't know"
... Letting your love show
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Sobre qualquer coisa, ou sobre nada, ou tanto faz...
As formas declaram-se mudas.
A significância torna o insignificante valioso.
E o que antes era esperado, ficamos a mercê da indiferença.
domingo, 28 de novembro de 2010
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Sobre o tolhimento
Vamos dormir com muitos sonhos e acordamos aptos a um café amargo? (Posso tirar conclusões interessantes a partir desse apontamento, porém não é caráter de texto confuso ser claro).
A triste ausência da saudade por não ter tempo de senti-la.
(Está normal. As vezes fica bom, depois volta ao normal)´.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Sobre desassossegar
Todo perdão precisa do pecado, o indizível excesso que transborda.
(razões)...
domingo, 12 de setembro de 2010
Mensagem secreta
Queria assim, mas queria mudar. Queria tantas coisas... entre elas, onde será o meu lugar?
sábado, 4 de setembro de 2010
Um desconexo
Sou mesmo um desconexo.
Nao tenho versões para um suicídio, porque os dias morrem sem ao menos eu deixar opiniões.
E o que será que nos espera?
domingo, 29 de agosto de 2010
Sobre considerações
Mas o texto nem começou?
É, mas será pequeno, sei disso porque não tenho tempo.
Oras, mas se está escrevendo é porque tem um tempo! Não é?
Não... foi pura evasão, ligeira e inconstante que pairou por este céu de agosto, tornou tudo nebuloso, e a mais, eu não sei onde foi parar a poesia.
Mas se não existe nenhuma poesia direta no blog, por que precisa tanto dela?
Ela escreve, interlocutor atrevido, ela escreve!
Ah, então não precisamos de você!
Talvez...
domingo, 15 de agosto de 2010
Sobre as limitações
Era uma vez um pote de açúcar.
Nosso pote de açúcar era muito querido, mas sustentava apenas aquela quantia de açúcar. Nada além. Era o limite da doçura que podia armazenar, e o limite que podia oferecer.
Um dia, o pote ganhou um saco de açúcar bem gigante, e pensou que, talvez, se apertasse um pouco, conseguiria guardar todo aquele açúcar em seu pequeno espaço.
Como podemos supor, o potinho não conseguiu tal feito, e todo açúcar em excesso fora perdido.
O potinho de açúcar ficou triste, e zangado - se tal doçura representa algo tão bom, por que não conseguimos guardá-la conosco, em sua totalidade? Por que somos limitados nos aspéctos de nossas atitudes? Seria tão imenso ainda o que é preciso compreender, até realmente nos encontrarmos de fato?
Moral da história?
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Das teorias em fragmentos
Existem muitos pensamentos que brotam na criatividade enquanto esperamos Aquela Ideia digna do espaço em linhas de informação e pontuação.
Podia falar sobre a temporária falta de criatividade:
Parecia que ia chover...
Sem olhar, diz que meu cabelo esta bonito...
Podia falar sobre um lugar:
Vamos?...
Eu tinha razão!...
Podia falar sobre companhias:
Me acostumei com a caminhada quando andamos de mãos dadas...
Podia falar sobre o trabalho:
Se não ocupados, atrasados...
Podia falar sobre o riso:
Não lembro mais qual era a piada! Ahahaha...
Podia falar sobre o silêncio dos outros:
...
Podia falar sobre nosso silêncio:
(um abraço)
Podia falar sobre os livros:
Alguns pela metade...
Podia falar sobre a distância:
Viu como é pertinho?...
Podia falar sobre a fúria absoluta:
Suspira fundo e estala todos os dedos... Só...
Podia falar sobre a cumplicidade:
_Pensa?
_É...
Podia falar sobre a ansiedade:
O telefone não toca, a mensagem não chega, os dias passam confusos, os resultados demoram surgir...
Podia falar sobre o amor:
_Não queria limpar os pratos hoje!
_Tudo bem, meu amor, eu limpo...
Podia falar sobre a felicidade:
Quem encontrar a fonte, me avise...
Podia falar sobre a tristeza:
Não divulgo a fonte...
Dentro de tamanhas especulações acerca do que seria saudável pensar agora, fica um silêncio tão quentinho, tão amigo. Fragmentos.
Talvez o pensamento inteiro fique unido, e, em sua fragilidade seja forte e sólido.
“Bão balalão, senhor capitão. Tirai este peso do meu coração. Não é de tristeza, não é de aflição: é só esperança, senhor capitão!” (M. B.)
terça-feira, 20 de julho de 2010
Das esperas
A felicidade, na verdade, é pequenina, fragmentada, consumimos em doses miúdas, e são as que tornam nossas queixas suportáveis.
Cada propósito a conquistar, um novo código para desvendarmos – mistérios simples, se não fossem as pessoas tão complexas.
Eu aqui, com as facilidades das felicidades fragmentadas, querendo um bloco único, suficientemente sólido, que me faça rir uma tarde inteira, sem nada, nenhum fiozinho de tristeza da lembrança que o passado evoca e que o presente provoca. E o futuro é grande, recheado e esperamos e esperamos.
No meu coração.
terça-feira, 22 de junho de 2010
Silencia...
Silêncio de pensamento na cabeça.
Na minha bolha da ilusão, era apenas eu... (agora, fora da minha bolha da ilusão, continuo mais apenas eu - solitariamente diferente, como qualquer um...).
Em silêncio.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Morrer de pensamento
E pensamentos aparecem em todo instante, excessivamente violentos - e pensava que os tinha esquecido. Apenas pensava!
Acabamos por ficar jogando a vida, como se tivéssemos a sorte escondida em algum bolso...
Um fato, pensamento estável.
Estável. Estar um pouco feliz, e ter a audácia de pensar ser a maior felicidade do mundo, e ser valiosa por ser rara, e especial por ser daquele momento e nada mais. E ninguém mais, ou talvez sim. A esperança ganha um abraço do pensamento, prepotente e metidamente vaidoso.
Estável. Estar um pouco triste, mas não querer compartilhar o sentimento, tampouco partilhar ou falar acerca disso ou daquilo, pois são detalhes que estão sempre interligados a outras histórias e teorias e questionamentos. Pensamentos, sempre, claro. E interligados, principalmente quanto ao famigerado pensamento da espera. Espera. Esperança, que nasce, cresce, se reproduz e morre. Estar um pouco triste é estado, temporário, e mesmo quando se reproduz, sempre morre.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Esquemas e mais esquemas e outros mais
Nenhum texto cabe nas linhas simples do quão confuso um indivíduo pode se tornar.
A única temática do incômodo presente preenche as linhas e cada espaço de entrelinhas que existem pela frente. Preenche em estoque completo para a fome de milhares.
Milhares de neurônios.
Existe uma história, escrita ou não, história de indivíduos e problemas, e indivíduos com problemas, e o contato de um problema e outro, e então 'era uma vez' um dia.
Um dia, surge outro problema tão imenso que faz todos os ânimos se atrapalharem.
Eram outras vezes, em outros dias e mais dias, e o problema não sumiu... apenas pareceu que mudou porque talvez seja interessante assim, cobrir feridas sem remédios, receitar esquemas utópicos e diagnosticar prematuramente.
Quando as pessoas se atrapalham podem acontecer coisas engraçadas. Elas podem rir, claro, podem chorar, podem desistir ou desafiar, podem mentir ou confessar. A maioria ri, mente e desafia.
O quão confuso um indivíduo pode se tornar aparece em todo instante, certo, e toda hipótese condena.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Confiança
1. Coragem proveniente da convicção no próprio valor.
2. Fé que se deposita em alguém.
3. Esperança firme.
4. Atrevimento.
5. Insolência.
6. Familiaridade
E encerramos o assunto.
Não é que não queira dar margem para alguma exposição de idéias, mas simplesmente não existe o quê expor.
A palavra é simples. A ação é simples. O que se pode oferecer e o que nos sentimos privilegiados por receber.
É um sentimento legítimo, como ter fome – ou você está com fome, ou não está.
As vezes estamos com fomes específicas, não diretamente necessidade de comer, mas apenas vontade de algo que não se pode explicar com a lógica – pode ser um sorvete ou um cozido de legume. Por este lado pensamos então que não é tão legítimo assim, mas, no entanto, continua valendo a comparação com a confiança.
Por vezes estamos confiantes, plenamente confiantes, e isso é muito gostoso de sentir, a confiança verdadeira sem decepções... mas é raro. Em outros momentos, temos uma confiança específica, e é preciso ser aquela determinada confiança ativa e concreta para que façamos valer nossa norma.
Desde um humor equilibrado a um estado de espírito, nossa essência, de certo, tomam por alicerce a confiança disposta em algum determinado pormenor que a cerca.
Confiar não é esperar na fila do restaurante por quilo, e adicionar a sua bandeja aqueles elementos que gostaria de fazer presente em sua vida.
A confiança é algo mais refinado, para onde vestimos nosso mais singelo sorriso e nos sentamos em uma pequena mesa... e então somos servidos.
Quando acompanhados, esperamos que as escolhas do que nos serão servidas estejam de acordo com a significância da companhia, e toda verdade que a cerca. Ter consciência de que a refeição realmente será partilhada.
Aquele que somos nunca é enganado quando não existe por objetivo ludibriar ou falsificar gestos tidos por verdadeiros. Por vezes esperamos receber as mesmas verdades que demonstramos, mas nunca podemos contar com isso, e infeliz o que não foi autêntico, pois perde a segurança dos jantares tranquilos.
Podemos fazer de uma pequena mesa, ornada com a simplicidade de sorrisos, a mesa mais bem posta que se imagina, apenas quando a confiança é plena.
(Se vamos nos servir em algum fast food, as opções não são lá essas coisas...)
domingo, 18 de abril de 2010
Não ser e não ser.
Muitas pessoas crescem construindo sonhos que foram plantados em suas cabecinhas desde as influências na primeira infância.
Algumas são desejosas por uma determinada carreira, outras querem uma viagem espetacular, outras listam os bens materiais que irão possuir, outras anseiam por casar, outras querem se tornar mamães e papais.
Ser mamãe e ser papai é um sonho bonito, para muitos. Compreendemos que, em sequência correta, para tanto, precisou-se de uma boa carreira com estabilidade imensa, poder ter usufruído de viagens, construiu segurança e tranquilidade social, tornou-se uma pessoa casada com alguém que realmente compensa estar por toda vida, e em algum momento surge, curiosa, a necessidade de colocar em jogo os vossos rebentos.
Nossa compreensão é adequada, só que nem sempre acontece assim.
Milhares de pessoas, antes de pensar ‘o que querem ser quando ficarem crescidas’ já andam compulsoriamente aprendendo como trocar fraldas...
Outras pessoas trocam a sequência correta das coisas.
Outras pessoas (muitas pessoas) decidem que preferem parar ali nas viagens e na tranquilidade social, visto que maridos e filhos não são mais artigos coerentes com as crises econômicas, e principalmente acerca do humor feminino, cansadas de explicar que dias ruins vão e outros melhores aparecem logo depois, como uma bipolaridade mensal.
Entrei com minha mãe em uma loja de artigos para bebês e crianças, esses dias... precisávamos de um artigo específico para presentear uma nova criaturinha que tinha chegado, e que fazia babar os avós e padrinhos e tios corujas, e colocava loucos os pais que não dormiam há dias.
Os corredores eram coloridos, fofinhos, tinha a parte azul, e parte rosa... e as moças em estado interessante estavam malucas entretidas nas cores correspondentes ao sexo da criança (que acabaram de descobrir), e todas muito felizes soltavam gritinhos e exclamações que demonstravam um entusiasmo verdadeiro.
Algumas crianças corriam de um lado para o outro, ou fugindo do vestido que a mãe queria obrigá-las usar no casamento de uma vizinha chata, ou reclamando que não queriam aquele tênis feio, e sim o tênis do ‘Ben 10’ (também tive de pesquisar para descobrir).
As outras cores apareciam todas intercaladas, entre mamadeirinhas, chupetinhas, chocalhozinhos, fivelinhas, sapatinhos, ursinhos, meiazinhas miudinhas e -inhas -inhas -inhas de arrepiar quem está longe de querer ser mãe!
E foi justamente sentir-se mergulhada em um universo surreal de choros e manhas infantis que me senti estática e inerte frente a algo de absoluto impacto.
E o impacto, uma tabela imensa, sobre a posição do bebê no ventre materno, e que me fez, feito criança discreta que levou bronca, sentir um frio imenso e eliminar um fio de lágrima.
Um sonho tão comum para todos, misturado com outros sonhos de uma vida familiar feliz - aquela imagem mental que fazemos sobre o que seria nascer, crescer e morrer feliz.
Nada agradável cogitar a possibilidade, e posso tecer imensas teorias... Penso que para esta que vos escreve, bem como para tantas outras, ou pode ter ficado internalizada a hipótese de seguir a risca aquela sequência correta descrita ali acima, ou então a hipótese internalizada simplesmente não existe, ficando mesmo a aversão, e essa possibilidade tem demonstrado êxito e proporcionado paz de espírito.
Sem me comover com o encantador universo infantil, obviamente, para não dar margem a nenhum pensamento sobre o assunto, retirei-me discretamente daquele ambiente peculiar e particularmente violento, hostil e pesado.
"Coisa de louco"
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Significância
Nada. Todas se esconderam, todas se foram, independentes, empenharam-se em tarefas cotidianas desapegadas de nós.
Uma dedicação imensa para um discurso sem platéia.
Palavras escritas, carregadas de sentidos ausentes, onde a tentativa de buscar alguma razão pouco deixa algum espaço, algum laço, significado.
Nos agastamos.
Estamos voltando para o caminho das tarefas mudas, singelas, e mais nada.
Paciência
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Um texto confuso, fragmentado e embaralhado
Onde a mentira mora? Mora no silêncio enquanto a resposta não vem? Mora nas perguntas evasivas? Onde a necessidade da mentira dorme? Onde a omissão é bem vinda? E quando a mentira é pequena? E quando é absolutamente agressiva? E quando vai contra princípios? E quando prejudica quem amamos? Quando se torna traição, ou extrema precisão de um universo paralelo? Quando é em favor de uma aprovação pessoal?
O autor da mentira (-inha ou -ona) vai se fazer de desentendido. Vai sustentar a mentira mesmo que a verdade já esteja clara. Ele sabe previamente o teor da sua pergunta sobre a mentira dele.
Inventar coisas e fatos e personalidades? O que é enganar, para você? E a culpa?
http://www.acidezmental.xpg.com.br/comodesmascararmentirosos.html
E o que mais podemos fazer?
Dizer a verdade.
Dizer a verdade.
Desconfiar é um combustível para a atenção e percepção. Uma espécie de treinamento mental.
Se a desconfiança é sem fundamentos, você procura, e não encontra... mas se continua procurando, em algum momento vai achar qualquer coisa parecida, e dará por satisfeita a procura. Mas procurou o quê, afinal?
Mas, se a desconfiança é um fato, ela precisa de um motivo (passado, presente ou futuro)... esse motivo nem sempre é tangível e objetivo, e se procurou e encontrou, atinge o objetivo, torna-se mais esclarecido e satisfaz a desconfiança, mas em troca, pode ganhar uma tristeza aguda e insustentável. A desconfiança representava o quê, então? Um sentimento abstrato? Uma percepção confusa? Ou mesmo um grande quebra-cabeças começa a tomar forma? Ou uma construção equivocada com respectivas coincidências?
E quando a mentira é esclarecida? Como acreditar? É tão simples se deparar com outra mentira.
.um grilo.
quarta-feira, 31 de março de 2010
Sobre esperar...
Os dias passariam percebidos, com a ênfase do tédio, e, enfadados, sucumbiríamos?
Ou, por ser natural essa não-espera, os dias correriam despercebidos, como quem existe e nem se dá conta? Seriam dias bons e tranquilos? Existiria a saudável ambição e o desejo por prosperidade? Será que a felicidade seria um artigo mais acessível?
sexta-feira, 26 de março de 2010
Falando e calando.
Tira da gaveta. Olha e-mail velho. Procura em algum livro. Assiste o telejornal. Analisa o cardápio do restaurante. Folheie revista no consultório. Lembra da piada. Mente uma vez só. Conta o que contaram que contaram. Faz discurso. Dá lição de moral e bons costumes. Finge que é uma paquera. Finge que é primeiro encontro. Finge que é uma entrevista. Finge que estão gravando. Finge que bebeu demais. Finge que está sóbrio. Calcule o quanto ama, mas conclua que ama além da conta. Diz que está triste. Diz que está feliz. Finge que não é você. Dá de desentendido. Ou entendido. Pede explicação. Pede exemplo. Pede para que contem algo. Argumente. Contra-argumente. Fale a verdade. Olhe nos olhos, com sinceridade. Dê uma risada digna de um comentário. Alimente as esperanças. Faça greve de fome - inclua a esperança. Reclame do tempo. Reclame da cor da roupa. Derrame sorrisos de graça. Feche a cara. Imite alguém. Imite você, de vez em quando. De vez em quando... Fale muito. Fale pouco. Não fale.
Fingindo jogadas grandiosas...
Em algum momento acertamos.
http://www.youtube.com/watch?v=em_BcEU3inU
quinta-feira, 11 de março de 2010
A Educação e a Ação
Na nossa solidão, independente de nossa carreira, enfrentamos as nossas pragas e cóleras! Por vezes a praga é tão grande, a cólera tão cruel e cheia de poder, que faz propaganda enganosa para ludibriar os eleitores, para benefício próprio coloca em risco o futuro da própria educação do país, tratando os educadores como rivais... E quando nos assombram de forma arrasadora, torna-se impossível prosseguir com as lutas solitárias, e estas se encontram em uma única força - então são formadas as greves, leitores... Um direito constitucional, e que apenas é levantado quando a causa é justa.
Se a problemática já vem de tempos, quantas outras gerações vão ter de pagar por falhas antigas?
Leia mais AQUI, no site Itu.com
http://www.youtube.com/watch?v=mNlgV5i7um4
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Sozinhos.
Quanto mais nos envolvemos na tarefa de compreender os indivíduos, mais corredores sem saída aparecem neste grande labirinto de idéias.
Quanto maiores as provas, mais treinada a percepção, e mais duro fica o coração – isso não parece afetar diretamente a questão do carinho e da atenção que temos por alguém (ou algo, se for fruto de nossas mãos ou anseios), mas a essência pura do nosso entusiasmo desmedido por este alguém/algo é derramada... cada gota precisa, na ausência, parece nos colocar mais firmes e fixos nos ditames da realidade (de onde não devíamos ter saído).
É fato que sentir-se sozinho, acompanhado, é um delírio, e cada lágrima de motivo deveria virar perfume de verdades necessárias. O aroma que nos acompanha.
E aquele que ditou que a nossa jornada é solitária - e assim devemos nos estabilizar e buscar a felicidade sem dependências afetivas maiores - era o mais perfumado de todos.
As sensações são diversas.
É sabido que a realidade crônica aplicada proporciona uma certa indiferença frente aquilo que antes era visto com a superficial crença da perfeição, que nos cega e faz pensar que existe profundidade - causas da ilusão.
Não confiar, não acreditar, não ter esperanças torna o cérebro comedido, o coração na frequência normal e o cotidiano suportável – e ao mesmo tempo, confiar, acreditar e esperar, como a fé, resistindo à tarefa estimulante do acordar e levantar com os dias que escrevemos para nós - conosco, e com alguém/algo que queremos conosco, porque nos edifica, e porque podemos ser agentes de edificações.
A importância existe ao enxergar aquilo realmente possui raízes, e não usar-se de superlativos, estando satisfeito com a única, natural e legítima sinceridade adquirida.
http://www.youtube.com/watch?v=CHsFK9ux820
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Sem título
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...
Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.
Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!
Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão. "
Fernando Pessoa
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Aceitar e Recusar
É não saber.
Tudo é um grande não saber infinito de nível intermediário - antes fosse avançado, assim não perceberíamos como é estar tão perto do básico e satisfatório.
http://letras.terra.com.br/oswaldo-montenegro/47887/
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Isso isso e aquilo
Em diversos momentos de nossa curta existência, evitamos falar de certos assuntos. Obviamente, algumas feridas levemente cicatrizadas não precisam ser abertas, no entanto, entendemos que se os males reais não foram sanados, é preciso intervenção.
- Posso dizer que não gosto de falar sobre ‘isso isso e aquilo’ com você, porque lembro quando aconteceu ‘isso isso e aquilo’, e senti ‘isso isso e aquilo’, e meu amado encéfalo resolveu então associar uma coisa a outra.
- Posso dizer que não gosto de frequentar determinado ambiente porque ‘isso isso e aquilo’ acontecia, e por razões equivalentes a ‘isso isso e aquilo’, eu não podia intervir em nada, e ‘isso isso e aquilo’ era o que eu sentia, e estou passível de sentir ‘isso isso e aquilo’ em situações semelhantes.
- Posso dizer que quando imagino coisas, imagino ‘isso isso e aquilo’, e sempre uso o ‘isso isso e aquilo’ real, e o transformo neste ‘isso isso e aquilo’ puramente ficcional, mas possível de ter acontecido, o que é suficiente para por o bom humor a prova.
- Posso sentir ‘isso isso e aquilo’, e por este motivo me visto de ironia, sarcasmo e imaturidade, e o que tenho em troca é o mesmo ‘isso isso e aquilo’ que eu sei que também existe na outra pessoa, que gosto, mas que para se conter, aperta minha mão com força, porque ‘isso isso e aquilo’ incomoda, e nunca se sabe se pode voltar - talvez.
O que nos difere é a maneira como conseguimos contornar ‘isso isso e aquilo’.
Nos deparamos, a cada instante, com questões que exigem resgate de algo que foi memorizado, e é lá debaixo da cama, onde guardamos nossa caixa das memórias é que se instalam muitas impressões que não foram devidamente resolvidas, e em nossa rotina tumultuada, por vezes estável, não nos damos conta de que também o famigerado bicho papão ainda mora debaixo dessa nossa cama, e está bem aquecido lá, aguardando o próximo momento para assombrar.
Não é se irritando ou se trancando em calabouços sombrios (aquela ala de nosso coração, que abriga nossos ódios, mágoas, medos, inseguranças, incertezas) que resolvemos algum impasse. Respeitamos quem somos quando conhecemos nossos limites, bem como respeitamos nosso próximo quando entendemos vossos limites – mas respeitamos também quando entendemos os limites reais e entendemos que podemos fazer algo para realmente perdoar, perdoar-se, e mandar os pensamentos ruins para o devido lugar – o esquecimento.
‘Isso isso e aquilo’ são fundamentos para estruturar nosso crescimento, e não nossa ruína. Nos preparamos também com os erros, e o que importará sempre é o presente que construímos – por isso, olhar para o passado exclui nossas atuais conquistas, o que não é interessante.
http://www.youtube.com/watch?v=IyCRJmerW1Q&feature=related
domingo, 17 de janeiro de 2010
Pensamento
Curioso pensar o pensamento.
Pensar bastante acontece, mas pensar bastante no que convém ser pensado nem sempre acontece quando você pensa estar pensando a beça.
Pensar o pensamento adequado exige destreza.
É preciso pensar o que vai ser pensado, porque se o pensamento não é previamente estipulado, acontece como quando sabemos que “algo” precisa ser levantado em uma reunião importante, mas não é feito nenhum esquema prévio: trata-se de tudo, mas sobre nada.
Pensa-se sobre tudo, mas sobre nada.
Pensando um pensamento direito, a probabilidade de encontrar coerência naquilo que buscamos é maior.
Nossa empresa cerebral precisa de rédeas. Precisa de reuniões coerentes.
Então, se pensa o pensamento que deve ser pensado, logo quando chega a hora de pensar para valer, o pensamento pensa direitinho.
http://letras.terra.com.br/ira/103739/
sexta-feira, 8 de janeiro de 2010
Prática do Desapego
As vezes uma inocência qualquer faz nossa satisfação nos ajustar em algum poço escuro, e ali alimentamos e mantemos aquecida nossa inocente visão de mundo (uma não-visão das coisas).
De fato, nos tranquiliza quando estamos convictos e realmente certos de que não somos detentores de um problema de ordem conjugal – é o estado natural das coisas: aquilo que devia ser, e que para muitos, não é.
A sociedade que você enxerga pela janela da sua casa te impõe uma pressão feito panela borbulhante onde o refogado é o seu cérebro: cuidado com o que ele/ela está tramando.
Alguma teoria e alguma conspiração a mais, para tornar empolgante nossa viagem pelo mundo.
“Como ciumento sofro quatro vezes: porque sou ciumento, porque me reprovo por sê-lo, porque temo que meu ciúme fira o outro, porque me deixo sujeitar por uma banalidade: sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco E POR SER COMUM” (*)
No mais, precisamos mesmo cuidar de quem somos, e estou certa de que quem estará conosco fará parte deste cuidado, e não precisaremos de grandes esforços para confiar.
Existem tantos exemplos tristes, por que vamos construir mais um? E outra... basta ser seletivo na hora da escolha – desespero atrai desespero.
E sobre confiança, sobre se envolver cegamente em um apego aparentemente tão real... entre tantas maneiras de aproveitar a polemica, aproveito o assunto:
“Não é que todos os homens irão trair, mas estão mais propensos a isso.”
Oh! Que coisa bonita de se dizer! Que coisa mais confortável de se ouvir!
E então agora nós cruzamos os dedos e rezamos para que os Nossos não estejam nessa listinha dos que são propensos e traem.
Preferimos então os que são simplesmente propensos, né? Que vão imaginar as possibilidades do mundo, quiçá visualizem pensamentos e coisa e tal, e continuem aumentando o número de visitas dos sites de arquivos XXX - mas não é nada não, eles precisam disso porque são humanos, é parte da essência deles, coitadinhos (infelizmente). E nada de contestar!
E um pensamento dá a mão para outro pensamento, e lá se vai, correndo, uma sequência de sinapses super violentas acerca dessa temática...
Se somos inseguras?
Nem por isso!
Se a namorada trai o namorado com o melhor amigo dele, então, ela é a malandra e o amigo é o amigão por ter aberto os olhos do namorado corno, mostrando que a namorada era traidora e não prestava (afinal, se traiu com o amigo, pode vir a trair com qualquer um, em qualquer circunstância o fato do amigo do namorado estar perto apenas facilitou as ações)? E continuarão amigos a beça – nem cogitando o fato do amigo também ser traidor?
Ahá! É! Ai ai...
Se o namorado trai a namorada com a melhor amiga dela, então, essa amiga é mesmo uma vigarista, não sendo digna da confiança do namorado traidor porque, se traiu a amiga, pode trair qualquer um, né?
Provavelmente os homens dirão isso.
Mas, eu disse confiança?
Não, claro que não. Impressão nossa...
“Odeio quem me rouba a solidão sem em troca oferecer verdadeiramente companhia.”
E daí saem várias histórias que ‘Deusolivre’ pensar agora... E nem precisamos disso.
O ser humano me envergonha.
Tem um livro muito bom... chama-se “Amor Líquido” - Zygmunt Bauman.
Eu gostava quando não pensava nisso, e gosto de pensar que posso continuar não me preocupando com isso (por isso amo meu amor, muito gigante). E não se fala mais nisso!!!!!!
“Algumas vezes acontece-me suportar bem a ausência. Sou então “normal”: alinho-me ao modo como “todo mundo” suporta a partida de uma “pessoa cara”; obedeço com competência ao adestramento através do qual muito cedo acostumaram-me a ficar separado da minha mãe – o que não deixou, contudo, na origem, de ser doloroso (para não dizer: desesperador). Ajo como sujeito perfeitamente desmamado; sei me alimentar, enquanto espero, de outras coisas além do seio materno.
Essa ausência bem suportada nada mais é do que o esquecimento. Sou, intermitentemente, infiel.
Esta é a condição de minha sobrevivência; pois, se não esquecesse, eu morreria. O amante que não esquece algumas vezes morre por excesso, cansaço e tensão de memória (como Werther).
(Menino, eu não esquecia: dias intermináveis, dias abandonados, em que a Mãe trabalhava longe; eu ia, á noite, espertar sua volta no ponto do ônibus Ubis, em Sèvres-Babylone; os ônibus passavam uns após os outros, e ela não estava em nenhum).” (*)
Vem a conclusão:
A prática do desapego consiste em pensar nos fatos que nos rodeiam, conscientemente, principalmente na questão de que o sujeito que está conosco em parceria afetiva, ou todo e qualquer outro sujeito do mundo, é humano e tem suas particularidades - sejam virtudes ou pormenores desagradáveis de imaginar - e então passamos a acreditar que estar acompanhado de quem somos é a melhor opção!
(* BARTHES, Roland. Fragmentos de um discurso amoroso. São Paulo: Martins Fontes, 2007. – Páginas 69 e 37, respectivamente).