sábado, 2 de julho de 2011

Das urgências

Os dias parecem tão longos, e a dor é tão profunda.
Tudo é um grande ‘parece’ num infinito balde de aflições, antigas e novas. E as dores têm formas indefinidas, distintas. Não são maiores nem melhores, simplesmente são, permeiam nossos dias; são sentidas como incômodas, são egoístas. Viram poesia. Viram diálogos com o ninguém dos nossos pensamentos, viram planos de superação, viram insônia em busca de solução.
Poupamo-nos de tantas reflexões. Introspecções. Observações. Ou pensamos, endoidados – a cura de nossa dor maior, a cura da dor do outro.

Mas a conversa, ah, por que não a conversa? Enquanto ela existe o mundo gira, o vento assopra, as janelas são fechadas para que o frio não entre... os cobertores cobrem o colo para que a alma não sinta, e a dor fica ausente porque as sombras dos obstáculos se desvanece. Já discussões, essas são verdadeiros verões com resfriados e febres, provocam desconforto e atrasam as horas. O tempo para e torna estagnado o crescimento, não há a luz da equidade.

Tão estranhos os sentimentos, cada um com suas urgências, e cada urgência procurando os seus significados.