segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Estava ali. ali.

Se fosse contar quanto poderia caber num pequeno espaço da linha, teria o infinito, duas vezes.
Fazer o tempo preencher os dias e fazer as horas caminharem de mãos dadas com um, dois, três... segundos de uma existência, e isso tudo estando ainda no mesmo espaço de linha.
Sendo passado presente e futuro, presentes. Espera.

Sentada na porta de casa, lembrou que viu crescer aquelas árvores que tinham braços que alcançavam o céu. Elas cresciam para pegar as nuvens.
A terra guardava os pormenores que curavam suas dores.
A água levava seu medo pra longe.
Lembrou-se ainda dos sonhos, de quando se escondia de baixo da cama. Lembrou-se de ideias que enterrou, e esqueceu onde.

Parece estranho quando tenta mudar o que ninguém percebe, ou fazer igual ao que ninguém se atreve.
Era o produto da minha ignorante capacidade de ignorar.
Estranho seria se estranhamente eu fechasse os olhos e não pudesse perceber que em minha mão existia um pacote, e que esse pacote podia ser aberto na hora que bem fosse necessário. Numa outra embalagem tingida de poeira, guardava o que alegava não saber o que era. Mas estava ali, e de qualquer forma era para assim estar.
Insólito e inerte.
Parece o pensamento daquele dia.

Vontade de escrever com anestesia. Sentiu vontade de colocar todas as suas linhas no papel.
Pode-se afirmar que o simples fato de existir pode confundir a nossa vivência. Pode-se afirmar que a incompreensão de alguns meios se deve ao fato do pouco ou inexistente contato com o mesmo.
Era inútil tentar entender o que não pode ser compreendido. Bem como é inútil pensar em algo intangível. – com a certeza total e absoluta dessa inacessibilidade.
E depois, uma palavra que falta.
Uma lacuna parecida com uma porta entreaberta.


http://www.youtube.com/watch?v=6CFbQQBY4rc (nota: não considerar o vídeo)
O que resta é a calma, a calma dos seus dias embala numa dança infinita, ao som do silêncio, banhado por uma mágica que faz o céu mudar de cor durante o dia...

Nenhum comentário: