terça-feira, 20 de julho de 2010

Das esperas


A felicidade, grande, recheada, aquela que esperamos e esperamos – essa felicidade enfeitada, não encontro em nenhum canto. A espera, desencanto, come as forças do acalanto, e assombra, estendendo demoradamente os braços e tapando, delicadamente, os olhos.

A felicidade, na verdade, é pequenina, fragmentada, consumimos em doses miúdas, e são as que tornam nossas queixas suportáveis.

Cada propósito a conquistar, um novo código para desvendarmos – mistérios simples, se não fossem as pessoas tão complexas.
Frases feitas e elaboradas com o primor da sabedoria dos anos. E os alertas. Placas e anúncios que não se calam, e nosso repertório não muda. Queixas constantes.
Eu aqui, com as facilidades das felicidades fragmentadas, querendo um bloco único, suficientemente sólido, que me faça rir uma tarde inteira, sem nada, nenhum fiozinho de tristeza da lembrança que o passado evoca e que o presente provoca. E o futuro é grande, recheado e esperamos e esperamos.

No meu coração.