terça-feira, 8 de setembro de 2009

Post para ninguém


___ Em todas as vezes que a caneta foi solicitada para os escritos de emergência, que acontecem entre 02h00 e 03h00 da manhã – com insônia ou sem – com lágrimas ou sem – com mágoas ou sem – com pensamentos de fazer o ‘córtex cerebral’ vibrar, sempre.
___(Quando a eletricidade que acaba, e faz o computador desligar, perdendo então aquele texto que não tínhamos gravado – E alguém sabe como resgata? Não, o Word não foi automático! -).
___ Quando existem aflições e incertezas!

Eu tinha uma certeza.
Um nome, e depois número de telefone, e-mail, e logo mais carro e casa e contas do fim do mês. E as companhias e a minha companhia.
E é certo que os indivíduos são sozinhos.
Eles, e as pessoas que estão em volta, são todos sozinhos prestes a ir dormir.
E antes de dormir, quanto pensamento eu conto?
Contei os de ontem, diferentes dos de hoje. Ontem os sonhos pareciam certezas, e hoje eles parecem contas a se prestar no fim de um dia.
Mas as contas são prestadas para quem?

De novo, dizem que devemos confiar nas pessoas, mas, o quanto confiamos em nós? O quanto confiamos quando um deslize não reflete quem somos, e então deixamos naquele momento de aplicar uma atitude ética? E se pensamos muito, mas nossa mente prega uma peça e logo quando notamos, a palavra mal proferida já está nos ouvidos de quem amamos, e queremos todo bem do mundo?
Passaria a não ter certezas sobre quem sou apenas por um detalhe? Faço uma média de todas as ações e me culpo como quem nunca soube nada sobre proporções e aritmética? Transformo um detalhe pequenino porque sei que, como um iceberg guarda sua verdade escondida, posso então estar guardando a minha?

O texto que perdi falava sobre a frase, familiar, inofensiva ou meticulosamente pontiaguda:
“você não me conhece”.
Curioso, porque agora, lendo a expressão em voz alta, ela bate sincera no espelho voltando para mim. Quem eu consigo ser?
Aquele texto sumido, engolido e digerido, falava sobre a crueldade da frase. Sobre pensarmos que estamos acertando nossas opiniões sobre o outro, e então somos postos frente a dúvidas infindas.
E quando ouvimos uma verdade que não queremos ouvir, sobre nós, queremos acreditar que ela não é verdadeira porque é uma verdade temporária...
Contestava autenticidade, e tinham lá algumas linhas a se pensar.
Mas a mais, quem é de todo um iceberg exposto?

Ser cruel, com opiniões preestabelecidas e julgamentos para com os outros é incoerente, frente a tantas diversidades, mas, ser cruel consigo frente a uma diversidade é querer pular a etapa do aprendizado para não entender e sentir as duras consequências?
Se como muitos que erram muito feio, mas estão na busca de melhores ações e pensamentos a cada dia, e se perdoamos atitudes diversas e que provocam sentimentos imensos, por que não parece que essa lógica pode ser aplicada na pessoa que somos, com a mesma facilidade?

Perdoando a si, a vida segue mais tranquila.

Este é um post para ninguém.
Ninguém entender. Ninguém julgar. Ninguém procurar entrelinhas.
Não existe poesia. Também não existo aqui.


http://www.youtube.com/watch?v=imp4RqkOGeU

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