quinta-feira, 22 de junho de 2006

Lencinho fazdeconta!

Sua maturidade fazdeconta. Corre cipó na casa da vó, e os lencinhos brancos que nunca recolheste do chão, aqueles sempre se deixavam cair para que você notasse, mas nunca viste, corria pra casa da vó e deixava a dona do tecido plantada ao pé do pranto, sem justificativa ali ficava feito o lenço leve, que, embora leve, cai num peso imenso e sobre as costas, amargura de quem acreditou, um dia, e hoje engole a seco a música que cantarolava com tanta alegria. Outra felicidade abstrata!

Pobre lenço. Como pode um lenço ter um fim assim? Indústrias Têxtil acabam por sofrer com a utilização dos frios e descartáveis lenços de papel, quais nem o nome se sabe ao certo, são utilizados e descartados. São viáveis, são seguros, são práticos e rápidos.

Existiu um lenço que uma vez sentou-se para contar histórias para os seus netos:
“Netos..”, disse o vovô Lenço, “... Aprendam que cair é um fato, mas apreciem o acalanto de um bolso, apreciem uma recolhida educada, apreciem um enxugar de lágrimas raras, apreciem serem tidos em gentilezas e inteligências”.
E os lencinhos aprenderam... Os lencinhos agora selecionados, entre tanto papel, aprenderam como é que deve ser!

Outras maturidades fazdeconta aparecem e se escondem em enigmas. Enigmas de quem existiu e existe, e o existirá se tornaria breve, como quando o cair do lenço acontecia!


http://www.youtube.com/watch?v=lNTwF-JLrn8&search=Jimmy%20Eat%20World%20%20-%20%20Hear%20You%20Me

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